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Patrimônio digital e sucessão – Debate chega ao STJ

O Superior Tribunal de Justiça analisa a possibilidade de incluir bens digitais no inventário, bem como a figura de um “inventariante digital”. Trata-se de um debate de grande relevância, que evidencia a necessidade de repensar institutos tradicionais do Direito Sucessório diante da transformação tecnológica.

A digitalização da vida cotidiana trouxe à tona um patrimônio antes inexistente: contas de e-mail, arquivos em nuvem, perfis em redes sociais e até ativos digitais de valor econômico, como moedas virtuais, tokens e royalties de plataformas. Muitos desses bens possuem expressão econômica direta, outros têm valor afetivo incomensurável. Em ambos os casos, é inegável que a sua exclusão do inventário pode gerar lacunas jurídicas e patrimoniais significativas.

A figura do inventariante digital surge como resposta possível, buscando viabilizar o acesso, a administração e a partilha desses bens. Sua instituição, contudo, exigirá do Judiciário e da doutrina uma reflexão profunda sobre privacidade, proteção de dados e os limites do poder de representação dentro do inventário.

A discussão atualmente em curso no STJ confirma que o Direito das Sucessões precisa, cada vez mais, dialogar com a realidade tecnológica. A vida digital não é mais periférica, mas parte integrante da identidade, do patrimônio e das relações jurídicas. É nesse contexto que se coloca o desafio de compatibilizar tradição e inovação, garantindo segurança jurídica e efetividade na sucessão patrimonial.

Seguiremos acompanhando a evolução desse julgamento no STJ e suas repercussões práticas para famílias e herdeiros.

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